Com o Dia de São Valentim à porta, já se torna um costume alguém pedir recomendações de algo para ver. Isto torna-se ainda mais palpável durante a pandemia atual, que força muitas famílias a terem de ficar nas suas respetivas residências, daí uma maior busca de filmes e séries com teor romântico bastante forte. E o mundo do cinema tem imensos bons exemplos desta temática; Dirt Music, infelizmente, não é um desses casos.
Georgie é uma ex-enfermeira que se encontra presa numa relação sem futuro com Jim, um pescador bem reconhecido e amado pela comunidade local. A vida de Georgie sofre uma reviravolta quando esta dá de caras com Lu Fox, um pescador furtivo.
Para todos os efeitos e circunstâncias, Dirt Music é um daqueles filmes românticos que já vimos anteriormente, apoiando-se numa estrutura narrativa já bastante familiar, especialmente para quem acompanha as adaptações cinematográficas dos trabalhos de autores românticos como Nicholas Sparks, por exemplo. Somos apresentados a duas personagens com algumas bagagem emocional digna de uma telenovela mexicana, demoram algum tempo até se deixarem abrir um ao outro, envolvem-se de uma forma romântica, e são forçados a separarem-se consoante as circunstâncias que se apresentam, para depois fazerem de tudo para voltarem a encontrar-se, contra todas as adversidades imagináveis.
Familiar? Sim. Eficaz? Nem por isso. Algumas das escolhas aqui presentes levantam sérias dúvidas sobre as intenções de quem está por detrás das câmaras. Enquanto o romance homónimo de Tim Wintoné tido como uma das melhores obras românticas, a versão cinematográfica de Jack Thorne– que já nos trouxe projetos como His Dark Materials, Enola Holmes, entre outros – fica bastante aquém do desejado.
O elenco de Dirt Music também acaba por ser um dos pecados pesados do filme. Kelly Macdonald, Garrett Hedlund e David Wenham formam o trio central do filme, mas ficam um tanto ou quanto aquém do desejado. Macdonald e Hedlund são decentes como Georgie e Lu, respetivamente, especialmente no que refere aos seus passados trágicos, mas não chegam a ser impressionantes no seu todo. Felizmente, acabam por sair melhor nesta aventura em comparação com Wenham, que parece não saber bem como interpretar o seu Jim. De momentos, podemos estar a ver um homem controlador, para depois dar lugar a um homem complicado que tenta fazer o bem. Torna-se um bocado difícil de digerir uma performance assim.
Mas, em sua defesa, Dirt Music usufrui das paisagens australianas na melhor forma possível. O cinema australiano encontra-se quase perpetuamente seduzido pelas maravilhas das suas ilhas e paisagens naturais, e o filme encontra pontos por conseguir incluir uma fotografia invejável destes locais normalmente inóspitos e dar-lhes uma espécie de magia contagiante.
Isto tudo para poder dizer que Dirt Music podia ter sido pior do que se podia imaginar. No entanto, a sua narrativa acaba por ser familiar e confusa na sua estrutura, uma vez que poderia tirar um maior partido do tema central do luto e criar aqui um romance poderoso. Em vez disso, é apenas “mais um romance” para uma vasta biblioteca, apenas acentuada sempre que o ambiente natural da Austrália dá o ar de sua graça.
PODE CONTER SPOILERS DE DIRT MUSIC!!!
Com o Dia de São Valentim à porta, já se torna um costume alguém pedir recomendações de algo para ver. Isto torna-se ainda mais palpável durante a pandemia atual, que força muitas famílias a terem de ficar nas suas respetivas residências, daí uma maior busca de filmes e séries com teor romântico bastante forte. E o mundo do cinema tem imensos bons exemplos desta temática; Dirt Music, infelizmente, não é um desses casos.
Georgie é uma ex-enfermeira que se encontra presa numa relação sem futuro com Jim, um pescador bem reconhecido e amado pela comunidade local. A vida de Georgie sofre uma reviravolta quando esta dá de caras com Lu Fox, um pescador furtivo.
Para todos os efeitos e circunstâncias, Dirt Music é um daqueles filmes românticos que já vimos anteriormente, apoiando-se numa estrutura narrativa já bastante familiar, especialmente para quem acompanha as adaptações cinematográficas dos trabalhos de autores românticos como Nicholas Sparks, por exemplo. Somos apresentados a duas personagens com algumas bagagem emocional digna de uma telenovela mexicana, demoram algum tempo até se deixarem abrir um ao outro, envolvem-se de uma forma romântica, e são forçados a separarem-se consoante as circunstâncias que se apresentam, para depois fazerem de tudo para voltarem a encontrar-se, contra todas as adversidades imagináveis.
Familiar? Sim. Eficaz? Nem por isso. Algumas das escolhas aqui presentes levantam sérias dúvidas sobre as intenções de quem está por detrás das câmaras. Enquanto o romance homónimo de Tim Winton é tido como uma das melhores obras românticas, a versão cinematográfica de Jack Thorne – que já nos trouxe projetos como His Dark Materials, Enola Holmes, entre outros – fica bastante aquém do desejado.
O elenco de Dirt Music também acaba por ser um dos pecados pesados do filme. Kelly Macdonald, Garrett Hedlund e David Wenham formam o trio central do filme, mas ficam um tanto ou quanto aquém do desejado. Macdonald e Hedlund são decentes como Georgie e Lu, respetivamente, especialmente no que refere aos seus passados trágicos, mas não chegam a ser impressionantes no seu todo. Felizmente, acabam por sair melhor nesta aventura em comparação com Wenham, que parece não saber bem como interpretar o seu Jim. De momentos, podemos estar a ver um homem controlador, para depois dar lugar a um homem complicado que tenta fazer o bem. Torna-se um bocado difícil de digerir uma performance assim.
Mas, em sua defesa, Dirt Music usufrui das paisagens australianas na melhor forma possível. O cinema australiano encontra-se quase perpetuamente seduzido pelas maravilhas das suas ilhas e paisagens naturais, e o filme encontra pontos por conseguir incluir uma fotografia invejável destes locais normalmente inóspitos e dar-lhes uma espécie de magia contagiante.
Isto tudo para poder dizer que Dirt Music podia ter sido pior do que se podia imaginar. No entanto, a sua narrativa acaba por ser familiar e confusa na sua estrutura, uma vez que poderia tirar um maior partido do tema central do luto e criar aqui um romance poderoso. Em vez disso, é apenas “mais um romance” para uma vasta biblioteca, apenas acentuada sempre que o ambiente natural da Austrália dá o ar de sua graça.
Podem ler outras Críticas aqui.
Título: Dirt Music
Realização: Gregor Jordan
Elenco: Kelly Macdonald, Garrett Hedlund, David Wenham, Aaron Pedersen, George Mason, Julia Stone, Ava Caryofyllis
Duração: 105 minutos
Trailer | Dirt Music
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