Após oito anos na prisão por ter morto os responsáveis de um assalto a um banco, Rex (Ben O’Toole) viaja para a Finlândia a fim de deixar o que passou para trás. Para seu horror, ele acaba sendo sequestrado e acorda sem uma perna e preso num porão da casa de uma família de canibais; situação que o coloca em conflito com o seu passado. Sim, a história parece exagerada e forçada, mas esse é apenas um dos problemas de Bloody Hell.
O enredo da família de assassinos parece uma homenagem a alguns filmes clássicos de terror, como O Massacre da Serra Elétrica. Funciona até certo ponto, mas a explicação rasa da sua história acaba por nos fazer esperar uma originalidade que nunca chega. Eles apelam até mesmo para o membro da família com uma deformação que o transforma numa espécie de monstro, onde tudo é apenas atirado para o enredo, sem motivação concreta alguma.
Fora isso, o plot inicial, do assalto ao banco, parece muito distante da temática da família canibal, servindo apenas para conectar o tempo do protagonista na prisão com a única pessoa da família que parece querer ajudar: uma mulher que, vejam só, também ficou aprisionada por anos, em casa, após tentar fugir com o filho pequeno.
A direção de Alister Grierson é confusa, mudando de tom a todo o momento num filme que por si só já passeia por tons demais. A estética é de um filme de ação, com momentos de terror e uma dose grande de comédia trash.
E no meio de tantas linhas de história, ainda outra camada é acrescentada. Ao longo do filme, Rex conversa com uma versão de seu inconsciente que aparece apenas para ele próprio e que o incentiva a tomar ações mais decisivas, deixando explícita a narrativa de perdão e superação do passado. É um arco que poderia até funcionar melhor, mas a impressão é de que falta algo. O protagonista, aliás, é mais básico do que tentam demonstrar. Nunca conhecemos o seu passado e sua personalidade para além do acontecimento do banco, que parece o único ponto de partida para as suas decisões e motivações. Não sabemos se ele possui algum distúrbio ou se é um psicopata, o que talvez seja um ponto de conexão com a família problemática que precisa enfrentar. Mas esse paralelo também não combina com a fraca atuação de Ben O’Toole, que é um canastrão, não num bom sentido, salvando-se apenas por entregar uma dose de carisma, mesmo que pequena.
Terminando num banho de sangue que é prometido nas entrelinhas durante toda a longa-metragem, Bloody Hell entrega bons momentos, mas perde-se em excessos não justificados de um enredo que, contraditoriamente, consegue ser bastante preguiçoso.
CONTÉM SPOILERS DE BLOODY HELL!
Após oito anos na prisão por ter morto os responsáveis de um assalto a um banco, Rex (Ben O’Toole) viaja para a Finlândia a fim de deixar o que passou para trás. Para seu horror, ele acaba sendo sequestrado e acorda sem uma perna e preso num porão da casa de uma família de canibais; situação que o coloca em conflito com o seu passado. Sim, a história parece exagerada e forçada, mas esse é apenas um dos problemas de Bloody Hell.
O enredo da família de assassinos parece uma homenagem a alguns filmes clássicos de terror, como O Massacre da Serra Elétrica. Funciona até certo ponto, mas a explicação rasa da sua história acaba por nos fazer esperar uma originalidade que nunca chega. Eles apelam até mesmo para o membro da família com uma deformação que o transforma numa espécie de monstro, onde tudo é apenas atirado para o enredo, sem motivação concreta alguma.
Fora isso, o plot inicial, do assalto ao banco, parece muito distante da temática da família canibal, servindo apenas para conectar o tempo do protagonista na prisão com a única pessoa da família que parece querer ajudar: uma mulher que, vejam só, também ficou aprisionada por anos, em casa, após tentar fugir com o filho pequeno.
A direção de Alister Grierson é confusa, mudando de tom a todo o momento num filme que por si só já passeia por tons demais. A estética é de um filme de ação, com momentos de terror e uma dose grande de comédia trash.
E no meio de tantas linhas de história, ainda outra camada é acrescentada. Ao longo do filme, Rex conversa com uma versão de seu inconsciente que aparece apenas para ele próprio e que o incentiva a tomar ações mais decisivas, deixando explícita a narrativa de perdão e superação do passado. É um arco que poderia até funcionar melhor, mas a impressão é de que falta algo. O protagonista, aliás, é mais básico do que tentam demonstrar. Nunca conhecemos o seu passado e sua personalidade para além do acontecimento do banco, que parece o único ponto de partida para as suas decisões e motivações. Não sabemos se ele possui algum distúrbio ou se é um psicopata, o que talvez seja um ponto de conexão com a família problemática que precisa enfrentar. Mas esse paralelo também não combina com a fraca atuação de Ben O’Toole, que é um canastrão, não num bom sentido, salvando-se apenas por entregar uma dose de carisma, mesmo que pequena.
Terminando num banho de sangue que é prometido nas entrelinhas durante toda a longa-metragem, Bloody Hell entrega bons momentos, mas perde-se em excessos não justificados de um enredo que, contraditoriamente, consegue ser bastante preguiçoso.
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Título: Bloody Hell
Título Original: Bloody Hell
Realização: Alister Grierson
Elenco: Ben O’Toole, Meg Fraser, Caroline Craig.
Duração: 93 min.
Trailer | Bloody Hell
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