Há certos clássicos que chegaram muito antes do seu tempo… filmes ridicularizados ou ostracizados pela crítica que os virão a certa altura como bodes expiatórios para ganhar dinheiro fácil, numa altura em que o cinema estava no seu auge criativo. Waterworld é um desses casos… um filme pós-apocalíptico original e que que mantém uma mensagem importante nos dias que correm. A humanidade foi obrigada a refugiar-se em colónias que vivem na superfície da água, depois das calotas glaciares terem derretido. Um viajante nómada vê-se envolto numa situação de conflito e salva uma mãe e a sua filha adotiva das garras de saqueadores e piratas e, esta pequena, parece conter no seu corpo, pistas para encontrar terra firme.
Waterworld é um filme extremamente competente. Envolto numa ação frenética e com doses de aventura constantes, estamos perante entretenimento fácil ao mais alto nível. A realização de Kevin Reynolds é hábil em manter-nos cativados, constantemente oscilando entre tiroteios em alto mar e manobras náuticas impressionantes, para além de conduzir um Kevin Costner soberbo e na flor da idade. Claro que nem tudo é perfeito e certos exageros acabam por levar o filme a perder um pouco de fogo, mas não é suficiente para o menosprezar. Muito pelo contrário…
Para além de uma excelente componente técnica, Waterworld foca-se na sobrevivência do ser humano numa circunstância que pode muito bem ser o nosso futuro; para além de tentar fantasiar (de forma interessante) as mutações genéticas que poderão ocorrer nas gerações criadas nesse mundo. Apesar de não conseguir explorar isto com o tempo de antena que era necessário, Waterworld acaba por desviar-nos a atenção e conquistar-nos com a sua simplicidade na abordagem das personagens.
Infelizmente nomeado ao Razzie (e vencedor por conseguinte) de Pior Ator Secundário, Dennis Hopper encaixa perfeitamente naquele tipo de vilão lunático que é vítima da desertificação do mar e do desnortear que ele provoca. Para além disso, Waterworld adquire uma postura muito semelhante à de Mad Max para criar os cenários, guarda-roupas e sequências de ação e resulta na perfeição para criar uma simbiose entre a história e o mundo que ela explora. Se Waterworld não se prolongasse tanto nalgumas cenas e explorasse melhor a sua mitologia seria um clássico imperdível… mas, mesmo que não o seja, não há necessidade de o odiar nem de defini-lo como um filme mau porque, de facto, não o é.
E vivemos numa altura onde o aquecimento global provocado por nós pode muito bem colocar a humanidade num cenário idêntico ao que foi idealizado nos anos 90. Portanto, vamos ter um certo respeito e apreço por Waterworld que, muito provavelmente, teremos de ver numa aula de Ciências para saber como nos desenrascarmos à deriva em alto mar.
CONTÉM SPOILERS DE WATERWORLD!
Há certos clássicos que chegaram muito antes do seu tempo… filmes ridicularizados ou ostracizados pela crítica que os virão a certa altura como bodes expiatórios para ganhar dinheiro fácil, numa altura em que o cinema estava no seu auge criativo. Waterworld é um desses casos… um filme pós-apocalíptico original e que que mantém uma mensagem importante nos dias que correm. A humanidade foi obrigada a refugiar-se em colónias que vivem na superfície da água, depois das calotas glaciares terem derretido. Um viajante nómada vê-se envolto numa situação de conflito e salva uma mãe e a sua filha adotiva das garras de saqueadores e piratas e, esta pequena, parece conter no seu corpo, pistas para encontrar terra firme.
Waterworld é um filme extremamente competente. Envolto numa ação frenética e com doses de aventura constantes, estamos perante entretenimento fácil ao mais alto nível. A realização de Kevin Reynolds é hábil em manter-nos cativados, constantemente oscilando entre tiroteios em alto mar e manobras náuticas impressionantes, para além de conduzir um Kevin Costner soberbo e na flor da idade. Claro que nem tudo é perfeito e certos exageros acabam por levar o filme a perder um pouco de fogo, mas não é suficiente para o menosprezar. Muito pelo contrário…
Para além de uma excelente componente técnica, Waterworld foca-se na sobrevivência do ser humano numa circunstância que pode muito bem ser o nosso futuro; para além de tentar fantasiar (de forma interessante) as mutações genéticas que poderão ocorrer nas gerações criadas nesse mundo. Apesar de não conseguir explorar isto com o tempo de antena que era necessário, Waterworld acaba por desviar-nos a atenção e conquistar-nos com a sua simplicidade na abordagem das personagens.
Infelizmente nomeado ao Razzie (e vencedor por conseguinte) de Pior Ator Secundário, Dennis Hopper encaixa perfeitamente naquele tipo de vilão lunático que é vítima da desertificação do mar e do desnortear que ele provoca. Para além disso, Waterworld adquire uma postura muito semelhante à de Mad Max para criar os cenários, guarda-roupas e sequências de ação e resulta na perfeição para criar uma simbiose entre a história e o mundo que ela explora. Se Waterworld não se prolongasse tanto nalgumas cenas e explorasse melhor a sua mitologia seria um clássico imperdível… mas, mesmo que não o seja, não há necessidade de o odiar nem de defini-lo como um filme mau porque, de facto, não o é.
E vivemos numa altura onde o aquecimento global provocado por nós pode muito bem colocar a humanidade num cenário idêntico ao que foi idealizado nos anos 90. Portanto, vamos ter um certo respeito e apreço por Waterworld que, muito provavelmente, teremos de ver numa aula de Ciências para saber como nos desenrascarmos à deriva em alto mar.
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Título: Waterworld
Título Original: Waterworld
Realização: Kevin Reynolds
Elenco: Kevin Costner, Jeanne Tripplehorn, Tina Majorino, Michael Jeter, Dennis Hopper, Jack Black, Kim Coates.
Duração: 135 min.
Trailer | Waterworld
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