CONTÉM SPOILERS DE PRIMAL!
Há experiências inesperadas na televisão. Séries irreverentes, frescas e diversificadas que nos trazem histórias cativantes e, muitas vezes, não precisamos de diálogos, basta uma dinâmica genuína e as emoções a brotar das personagens. Primal é um destes casos. É uma série original de Genndy Tartakovsky, o criador de Samurai Jack, Dexter’s Laboratory e Hotel Transylvania, e acompanha um homem das cavernas, de nome Spear (Lança) e um dinossauro semelhante ao T-Rex, de nome Fang (Presas) e nas circunstâncias trágicas que os uniram. Eles partem para aventuras perigosas e mirabolantes e vão fortalecendo os seus laços.

O MELHOR:
Primal é uma série, por demais, criativa.
A sua simplicidade é o maior trunfo e, ainda que nem todos os episódios conquistem, a verdade é que todos os valores que pretende incutir, especialmente o de aceitação e o de companheirismo, permanecem em todos. A animação também proporciona a oportunidade de tornar tudo mais violento e sangrento, para além de gesticularem uma narrativa que vai explorando todo este mundo desconhecido e repleto de perigos.
Sem a necessidade de diálogos, Primal abre caminho para uma nova exploração das personagens com base na sua expressividade facial e em gestos carismáticos. Toda o elemento de tragédia afasta a possibilidade de Primal ser recomendável para menores. E isso faz com que a série encontre um nicho particular de fãs e que consiga entregar a longo prazo aventuras que desmistificam o que até agora foi feito em registo animado.
O elemento de terror também está evidente em toda a temporada, tornando a dinâmica dos episódios ainda mais mexida e ritmada e sem momentos mortos. O mais incrível é que, dentro da sua rudimentar premissa, Primal tem a capacidade gigantesca de nos envolver empaticamente com seres aparentemente desprovidos de emoções. A ligação entre Spear e Fang é como a que o homem criou com o lobo nos primórdios; rompendo a ideia criada por Jurassic Park de que os dinossauros são meramente animais instintivos e com sede de matança. Este confronto entre a emoção e consciência com o instinto selvagem torna-a num registo único em televisão e um que pode continuar a marcar pela diferença se permanecer com este charme peculiar.

O PIOR:
Nem todos os episódios de Primal estão equilibrados da mesma forma.
Há sempre um ou outro com que não nos conseguimos identificar com a temática, mas isso torna-se irrelevante dado que toda a criatividade, seja ela técnica ou de reforço de emoções, faz com que o espectador nunca se sinta farto ou cansado de ver estas aventuras inesquecíveis.
Portanto, se estão à procura de uma animação extremamente invulgar, com um carisma particular e personagens que tomam mais atitude do que falam, Primal é a vossa série de eleição, e esperemos que estas aventuras de Spear e Fang perdurem por muito tempo.

Estado da Série: STAND-BY
Leiam outras Mini-Reviews aqui.
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Primal é uma série animada que rompe com clichés e substitui diálogos por ação e aventura sem medidas. É um registo maravilhoso e particular de televisão que irá conquistar um grupo muito específico de fãs.
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CONTÉM SPOILERS DE PRIMAL!
Há experiências inesperadas na televisão. Séries irreverentes, frescas e diversificadas que nos trazem histórias cativantes e, muitas vezes, não precisamos de diálogos, basta uma dinâmica genuína e as emoções a brotar das personagens. Primal é um destes casos. É uma série original de Genndy Tartakovsky, o criador de Samurai Jack, Dexter’s Laboratory e Hotel Transylvania, e acompanha um homem das cavernas, de nome Spear (Lança) e um dinossauro semelhante ao T-Rex, de nome Fang (Presas) e nas circunstâncias trágicas que os uniram. Eles partem para aventuras perigosas e mirabolantes e vão fortalecendo os seus laços.
O MELHOR:
Primal é uma série, por demais, criativa.
A sua simplicidade é o maior trunfo e, ainda que nem todos os episódios conquistem, a verdade é que todos os valores que pretende incutir, especialmente o de aceitação e o de companheirismo, permanecem em todos. A animação também proporciona a oportunidade de tornar tudo mais violento e sangrento, para além de gesticularem uma narrativa que vai explorando todo este mundo desconhecido e repleto de perigos.
Sem a necessidade de diálogos, Primal abre caminho para uma nova exploração das personagens com base na sua expressividade facial e em gestos carismáticos. Toda o elemento de tragédia afasta a possibilidade de Primal ser recomendável para menores. E isso faz com que a série encontre um nicho particular de fãs e que consiga entregar a longo prazo aventuras que desmistificam o que até agora foi feito em registo animado.
O elemento de terror também está evidente em toda a temporada, tornando a dinâmica dos episódios ainda mais mexida e ritmada e sem momentos mortos. O mais incrível é que, dentro da sua rudimentar premissa, Primal tem a capacidade gigantesca de nos envolver empaticamente com seres aparentemente desprovidos de emoções. A ligação entre Spear e Fang é como a que o homem criou com o lobo nos primórdios; rompendo a ideia criada por Jurassic Park de que os dinossauros são meramente animais instintivos e com sede de matança. Este confronto entre a emoção e consciência com o instinto selvagem torna-a num registo único em televisão e um que pode continuar a marcar pela diferença se permanecer com este charme peculiar.
O PIOR:
Nem todos os episódios de Primal estão equilibrados da mesma forma.
Há sempre um ou outro com que não nos conseguimos identificar com a temática, mas isso torna-se irrelevante dado que toda a criatividade, seja ela técnica ou de reforço de emoções, faz com que o espectador nunca se sinta farto ou cansado de ver estas aventuras inesquecíveis.
Portanto, se estão à procura de uma animação extremamente invulgar, com um carisma particular e personagens que tomam mais atitude do que falam, Primal é a vossa série de eleição, e esperemos que estas aventuras de Spear e Fang perdurem por muito tempo.
Estado da Série: STAND-BY
Leiam outras Mini-Reviews aqui.
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Primal é uma série animada que rompe com clichés e substitui diálogos por ação e aventura sem medidas. É um registo maravilhoso e particular de televisão que irá conquistar um grupo muito específico de fãs.
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