Chegou à Netflix na sexta-feira anterior e é um sucesso a todos os níveis! The Queen’s Gambit é a nova minissérie de Scott Frank, o criador de Godless. Acompanha a história da jovem Beth Harmon que ficou órfã aos 9 anos e que se refugiou no xadrez, tornando-se num prodígio rapidamente. Ao longo da sua carreira Harmon vai calculando todos os seus passos, mas o vício do álcool ameaça destruir tudo o que procura alcançar. The Queen’s Gambit é uma obra-prima da televisão moderna e é de visualização obrigatória.
Tudo, tudo mesmo. Anya Taylor-Joy é absolutamente magistral, conduzindo esta minissérie com uma mestria sem igual. É quase como que este fosse o papel que nasceu para representar.
Mas para além da protagonista genial, The Queen’s Gambit tem um desenvolvimento narrativo soberbo, deixando-nos saborear todos os momentos e desfrutar do talento dos atores, bem como cria a atmosfera de tensão (especialmente durante os jogos de xadrez) que nos deixa com o coração a palpitar. Toda a componente técnica da minissérie é brilhante, com um guarda-roupa elegante e um design de produção maravilhoso. A realização é também ela genial, aproveitando-se do talento da sua musa para catapultar a intensidade dramática para um nível superior.
A banda-sonora também irrompe e encanta a todos os momentos, mas nada disto serial possível sem o olhar intenso, calculista e encantador de Anya Taylor-Joy. A atriz tem crescido imenso nos últimos anos e The Queen’s Gambit é o atingir o auge duma carreira que continua a apalpar terreno para ser uma das mais promissoras da sua geração. Toda a construção da sua personagem é feita gradualmente, procurando refletir sobre a questão mais preocupante de todas: “o génio e o seu vício”. O epicentro da ação não se foca apenas na personagem em si, mas em tudo o que contribui para o vício e a posterior ruína desse mesmo génio. Em Patrick Melrose fizemos uma análise semelhante sobre esta questão e, de alguma forma, The Queen’s Gambit consegue tornar-se numa história de esperança, ao mesmo tempo que nos causa uma adrenalina atípica de tentarmos entrar dentro do ecrã e salvar a protagonista da condenação.
Este tipo de televisão hipnótico é absolutamente fulcral e essencial nos tempos que correm. Scott Frank já me tinha conquistado com Godless, mas em The Queen’s Gambitele revela-se um verdadeiro contador de histórias. Todos os elementos que necessitam estão lá. Não esperem ação desalmada, nem corridas de carros, nem piruetas que desafiam a gravidade, mas esperem deslumbrar-se com um génio que calcula as suas jogadas a olhar para o teto. E, acreditem, irão agradecer-me mais tarde.
The Queen’s Gambit é, até ao momento, a melhor aposta da Netflix do ano em ficção.
Talvez o maior defeito e um que costumo reforçar nas minhas críticas, é a falta de exploração de algumas das personagens secundárias.
The Queen’s Gambit poderia ter aproveitado o seu rumo para se focar nalgumas das personagens mais cativantes da vida de Beth Harmon… no entanto, isto não a prejudica em nada e, num caso raro, The Queen’s Gambit consegue pegar nas suas personagens adornais e torná-las relevantes para o enredo, mesmo que desapareçam durante uns momentos da vida da protagonista. Isto porque o impacto das mesmas na vida de Harmon é tão significativo que não são deixadas ao acaso, ainda que não estejam fisicamente presentes no ecrã muitas das vezes.
É pela escrita hábil de Frank que The Queen’s Gambitse torna icónica, com uma tensão dramática palpitante e uma componente técnica e de realização soberba. Portanto, fica aqui a recomendação daquele que é provavelmente o melhor produto do ano da Netflix.
A nova minissérie de Scott Frank é absolutamente magistral, infalível e poderosa. Acompanha a ascensão e decadência de um génio e fá-lo com uma adrenalina atípica do género, criando uma nova componente de televisão que irá deliciar até os mais céticos.
CONTÉM SPOILERS DE THE QUEEN’S GAMBIT!
Chegou à Netflix na sexta-feira anterior e é um sucesso a todos os níveis! The Queen’s Gambit é a nova minissérie de Scott Frank, o criador de Godless. Acompanha a história da jovem Beth Harmon que ficou órfã aos 9 anos e que se refugiou no xadrez, tornando-se num prodígio rapidamente. Ao longo da sua carreira Harmon vai calculando todos os seus passos, mas o vício do álcool ameaça destruir tudo o que procura alcançar. The Queen’s Gambit é uma obra-prima da televisão moderna e é de visualização obrigatória.
O MELHOR:
Tudo, tudo mesmo. Anya Taylor-Joy é absolutamente magistral, conduzindo esta minissérie com uma mestria sem igual. É quase como que este fosse o papel que nasceu para representar.
Mas para além da protagonista genial, The Queen’s Gambit tem um desenvolvimento narrativo soberbo, deixando-nos saborear todos os momentos e desfrutar do talento dos atores, bem como cria a atmosfera de tensão (especialmente durante os jogos de xadrez) que nos deixa com o coração a palpitar. Toda a componente técnica da minissérie é brilhante, com um guarda-roupa elegante e um design de produção maravilhoso. A realização é também ela genial, aproveitando-se do talento da sua musa para catapultar a intensidade dramática para um nível superior.
A banda-sonora também irrompe e encanta a todos os momentos, mas nada disto serial possível sem o olhar intenso, calculista e encantador de Anya Taylor-Joy. A atriz tem crescido imenso nos últimos anos e The Queen’s Gambit é o atingir o auge duma carreira que continua a apalpar terreno para ser uma das mais promissoras da sua geração. Toda a construção da sua personagem é feita gradualmente, procurando refletir sobre a questão mais preocupante de todas: “o génio e o seu vício”. O epicentro da ação não se foca apenas na personagem em si, mas em tudo o que contribui para o vício e a posterior ruína desse mesmo génio. Em Patrick Melrose fizemos uma análise semelhante sobre esta questão e, de alguma forma, The Queen’s Gambit consegue tornar-se numa história de esperança, ao mesmo tempo que nos causa uma adrenalina atípica de tentarmos entrar dentro do ecrã e salvar a protagonista da condenação.
Este tipo de televisão hipnótico é absolutamente fulcral e essencial nos tempos que correm. Scott Frank já me tinha conquistado com Godless, mas em The Queen’s Gambit ele revela-se um verdadeiro contador de histórias. Todos os elementos que necessitam estão lá. Não esperem ação desalmada, nem corridas de carros, nem piruetas que desafiam a gravidade, mas esperem deslumbrar-se com um génio que calcula as suas jogadas a olhar para o teto. E, acreditem, irão agradecer-me mais tarde.
The Queen’s Gambit é, até ao momento, a melhor aposta da Netflix do ano em ficção.
O PIOR:
Talvez o maior defeito e um que costumo reforçar nas minhas críticas, é a falta de exploração de algumas das personagens secundárias.
The Queen’s Gambit poderia ter aproveitado o seu rumo para se focar nalgumas das personagens mais cativantes da vida de Beth Harmon… no entanto, isto não a prejudica em nada e, num caso raro, The Queen’s Gambit consegue pegar nas suas personagens adornais e torná-las relevantes para o enredo, mesmo que desapareçam durante uns momentos da vida da protagonista. Isto porque o impacto das mesmas na vida de Harmon é tão significativo que não são deixadas ao acaso, ainda que não estejam fisicamente presentes no ecrã muitas das vezes.
É pela escrita hábil de Frank que The Queen’s Gambit se torna icónica, com uma tensão dramática palpitante e uma componente técnica e de realização soberba. Portanto, fica aqui a recomendação daquele que é provavelmente o melhor produto do ano da Netflix.
Estado da Série: TERMINADA
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0 98 100 1A nova minissérie de Scott Frank é absolutamente magistral, infalível e poderosa. Acompanha a ascensão e decadência de um génio e fá-lo com uma adrenalina atípica do género, criando uma nova componente de televisão que irá deliciar até os mais céticos.
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