Outro filme proveniente da Noruega que deixou mais tormento na cabeça do que encantar. Mortal acompanha a história de Eric, um americano, que descobre possuir poderes ligados à mitologia nórdica e que está a preocupar as autoridades norueguesas. É lançada uma forte “caça ao homem” que traz consequências avassaladoras e, enquanto foge, Eric vai descobrindo mais detalhes sobre estes seus poderes.
Mortal tenta trazer, com charme norueguês, a temática dos super-heróis a um nível diferente, mais focado na parte religiosa. É composto por imagens bonitas que captam a essência do país onde se insere e utiliza uma série de efeitos visuais interessantes para adornar uma temática condenada pela ambição do realizador André Øvredal. Há certas coisas que me chateiam na americanização do cinema. Nem tudo é dos EUA, gente! Sou também um defensor de que há papéis para todas as nacionalidades e etnias e chateia-me um pouco a insensatez do realizador em tentar utilizar um ator norte-americano para vender o seu produto para arrancar umas coroas extras e destruir a raiz originária do seu produto. Mortal não é um filme que faça sentido incluir uma personagem norte-americana (já é o segundo papel problemático que Nat Wolff interpreta de algo enraizado numa cultura estrangeira e adaptado para massas norte-americanas, sendo o primeiro o remake live-action de Death Note) como protagonista, quando devia manter-se fiel às origens e ser totalmente sediado no país em que se foca e, por conseguinte, com atores e personagens norueguesas.
Mesmo que o conceito de Mortal seja interessante e que agrade às massas, não é justificável esta opção publicitária e ambição em querer ser “mais ou igual” ao cinema do mesmo género norte-americano. A ânsia de Øvredal em querer igualar-se deitou tudo, no fim, a perder. Mas Mortal não é só um filme problemático nesta questão, já que a sua história está estagnada em si mesma e apenas nos minutos finais é que temos uma breve e irrisória explicação do que são os poderes do protagonista e atinge um clímax completamente inesperado e que não assenta totalmente bem com o fluxo narrativo, porque Mortal pinta-se a si mesmo como algo linear e sem grandes surpresas para a camada jovem. Apesar de ter imagens bonitas e uma direção de fotografia porreira, Mortal é um fiasco que pensa apenas em fazer dinheiro sem se preocupar em se justificar convenientemente.
Para além disto, Mortal parece ser a primeira entrada de uma espécie de franchise que Øvredal quer iniciar e é tão pobre e tão apressado que não tem cabimento. Isto não sabe a capítulo introdutório, mas sim a algo feito porque sim porque tem efeitos especiais e poderes sobrenaturais e “é disto que a juventude gosta”. Esta mentalidade tacanha em querer americanizar o que é culturalmente europeu é algo que me mexe com o sistema nervoso. As personagens de Mortal são vazias, ocas, sem qualquer tipo de exploração, e o filme é literalmente uma maneira de Øvredal querer ascender a estatuto de “realizador da DC ou Marvel” e utiliza o seu país para chamar à atenção. Enfim…
Afastem-se de Mortal mesmo que as paisagens bem captadas da Noruega vos seduzam. Estão a contribuir para um novo franchise sem gosto e desrespeitoso.
CONTÉM SPOILERS DE MORTAL!
Outro filme proveniente da Noruega que deixou mais tormento na cabeça do que encantar. Mortal acompanha a história de Eric, um americano, que descobre possuir poderes ligados à mitologia nórdica e que está a preocupar as autoridades norueguesas. É lançada uma forte “caça ao homem” que traz consequências avassaladoras e, enquanto foge, Eric vai descobrindo mais detalhes sobre estes seus poderes.
Mortal tenta trazer, com charme norueguês, a temática dos super-heróis a um nível diferente, mais focado na parte religiosa. É composto por imagens bonitas que captam a essência do país onde se insere e utiliza uma série de efeitos visuais interessantes para adornar uma temática condenada pela ambição do realizador André Øvredal. Há certas coisas que me chateiam na americanização do cinema. Nem tudo é dos EUA, gente! Sou também um defensor de que há papéis para todas as nacionalidades e etnias e chateia-me um pouco a insensatez do realizador em tentar utilizar um ator norte-americano para vender o seu produto para arrancar umas coroas extras e destruir a raiz originária do seu produto. Mortal não é um filme que faça sentido incluir uma personagem norte-americana (já é o segundo papel problemático que Nat Wolff interpreta de algo enraizado numa cultura estrangeira e adaptado para massas norte-americanas, sendo o primeiro o remake live-action de Death Note) como protagonista, quando devia manter-se fiel às origens e ser totalmente sediado no país em que se foca e, por conseguinte, com atores e personagens norueguesas.
Mesmo que o conceito de Mortal seja interessante e que agrade às massas, não é justificável esta opção publicitária e ambição em querer ser “mais ou igual” ao cinema do mesmo género norte-americano. A ânsia de Øvredal em querer igualar-se deitou tudo, no fim, a perder. Mas Mortal não é só um filme problemático nesta questão, já que a sua história está estagnada em si mesma e apenas nos minutos finais é que temos uma breve e irrisória explicação do que são os poderes do protagonista e atinge um clímax completamente inesperado e que não assenta totalmente bem com o fluxo narrativo, porque Mortal pinta-se a si mesmo como algo linear e sem grandes surpresas para a camada jovem. Apesar de ter imagens bonitas e uma direção de fotografia porreira, Mortal é um fiasco que pensa apenas em fazer dinheiro sem se preocupar em se justificar convenientemente.
Para além disto, Mortal parece ser a primeira entrada de uma espécie de franchise que Øvredal quer iniciar e é tão pobre e tão apressado que não tem cabimento. Isto não sabe a capítulo introdutório, mas sim a algo feito porque sim porque tem efeitos especiais e poderes sobrenaturais e “é disto que a juventude gosta”. Esta mentalidade tacanha em querer americanizar o que é culturalmente europeu é algo que me mexe com o sistema nervoso. As personagens de Mortal são vazias, ocas, sem qualquer tipo de exploração, e o filme é literalmente uma maneira de Øvredal querer ascender a estatuto de “realizador da DC ou Marvel” e utiliza o seu país para chamar à atenção. Enfim…
Afastem-se de Mortal mesmo que as paisagens bem captadas da Noruega vos seduzam. Estão a contribuir para um novo franchise sem gosto e desrespeitoso.
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Título: Mortal
Título Original: Mortal
Realização: André Øvredal
Elenco: Nat Wolff, Priyanka Bose, Iben Akerlie.
Duração: 100 min.
Trailer | Mortal
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