Janelle Monáe regressa ao grande ecrã com este conto bizarro que atravessa o tempo e nos remonta para a época da escravatura. A autora Veronica Henley encontra-se metida numa realidade assustadora e precisa a todo o custo escapar da mesma. Antebellum é um filme que não é propriamente fácil de digerir e de analisar, já que tem tanta porção de bom quanto de menos bom na sua composição. Há todo um mote criativo, ao passo que também há fragilidades que poderiam ser contornadas.
Antebellum centra-se na figura da cantora/ atriz e, embora ela seja a essência do filme, sente-se que a forma como foi aproveitada não foi suficiente para cativar totalmente o espectador. A verdade é que todas as personagens de Antebellum são pobres em desenvolvimento o que, neste estilo de cinema em particular, era essencial para nos fazer estar ainda mais envoltos na narrativa. Há claras surpresas positivas nisto, já que o conceito de Antebellum é extremamente interessante assim que o público começa a entender a génese da sua origem. Muito ao estilo de Get Out ou de Us, Antebellum é um conto sobre racismo que toca na ferida dos EUA e é capaz de gerar ondas de revolta. Talvez por isso a classificação geral do filme tenha sido comprometida por ter estreado precisamente numa época em que as manifestações estão a ficar fora do controlo em terras norte-americanas. No entanto, Antebellumnão é mais do que um objeto de entretenimento que, a longo prazo, consegue entregar o que pretende.
Obviamente que a temática não é novidade e, por mais que queiramos elevar o filme a um estatuto superior não conseguimos devido às suas próprias falhas, mas a verdade é que Antebellum tem algumas particularidades fabulosas e surpreendentes. A realização de Gerard Bush e Christopher Renz é bastante competente, mais do que aquilo que era o esperado. Desde uma sequência sem cortes inicial, passando por planos de câmara belos e que ampliam a escala do terror que se segue, até à opção de mexer com a perceção do público relativamente ao fluxo da história (claro que ninguém que se preze irá estar por muito tempo na dúvida do que está a ver). Estas características tornam Antebellum num produto a ter em conta; para além de uma banda-sonora que sabe perfeitamente os momentos certos onde deve irromper.
A nível performativo, em geral, todos os atores cumprem as suas funções, ainda que o maior calcanhar de Aquiles do filme seja a fraca e pobre exploração das personagens. Jena Malone, Gabourey Sidibe, Eric Lange, e por aí fora, não conseguem dar ao filme uma estabilidade e camada dramática suficiente para nos fazer estar a torcer/odiar os mesmos. Para além disto, Antebellum cai um pouco dentro das suas próprias ambições e entrega-nos de forma muito fácil a sua resolução. Mas nem tudo é mau, de facto, e Antebellum tem sempre um truque na manga para nos manter cativados, mesmo que seja por breves momentos.
Mesmo não sendo um feito histórico, Antebellum é um thriller competente e um filme que, se tivesse uma génese dramática ainda mais forte e uma atmosfera ainda mais intensa, conseguiria subir ainda mais na escala.
CONTÉM SPOILERS DE ANTEBELLUM!
Janelle Monáe regressa ao grande ecrã com este conto bizarro que atravessa o tempo e nos remonta para a época da escravatura. A autora Veronica Henley encontra-se metida numa realidade assustadora e precisa a todo o custo escapar da mesma. Antebellum é um filme que não é propriamente fácil de digerir e de analisar, já que tem tanta porção de bom quanto de menos bom na sua composição. Há todo um mote criativo, ao passo que também há fragilidades que poderiam ser contornadas.
Antebellum centra-se na figura da cantora/ atriz e, embora ela seja a essência do filme, sente-se que a forma como foi aproveitada não foi suficiente para cativar totalmente o espectador. A verdade é que todas as personagens de Antebellum são pobres em desenvolvimento o que, neste estilo de cinema em particular, era essencial para nos fazer estar ainda mais envoltos na narrativa. Há claras surpresas positivas nisto, já que o conceito de Antebellum é extremamente interessante assim que o público começa a entender a génese da sua origem. Muito ao estilo de Get Out ou de Us, Antebellum é um conto sobre racismo que toca na ferida dos EUA e é capaz de gerar ondas de revolta. Talvez por isso a classificação geral do filme tenha sido comprometida por ter estreado precisamente numa época em que as manifestações estão a ficar fora do controlo em terras norte-americanas. No entanto, Antebellum não é mais do que um objeto de entretenimento que, a longo prazo, consegue entregar o que pretende.
Obviamente que a temática não é novidade e, por mais que queiramos elevar o filme a um estatuto superior não conseguimos devido às suas próprias falhas, mas a verdade é que Antebellum tem algumas particularidades fabulosas e surpreendentes. A realização de Gerard Bush e Christopher Renz é bastante competente, mais do que aquilo que era o esperado. Desde uma sequência sem cortes inicial, passando por planos de câmara belos e que ampliam a escala do terror que se segue, até à opção de mexer com a perceção do público relativamente ao fluxo da história (claro que ninguém que se preze irá estar por muito tempo na dúvida do que está a ver). Estas características tornam Antebellum num produto a ter em conta; para além de uma banda-sonora que sabe perfeitamente os momentos certos onde deve irromper.
A nível performativo, em geral, todos os atores cumprem as suas funções, ainda que o maior calcanhar de Aquiles do filme seja a fraca e pobre exploração das personagens. Jena Malone, Gabourey Sidibe, Eric Lange, e por aí fora, não conseguem dar ao filme uma estabilidade e camada dramática suficiente para nos fazer estar a torcer/odiar os mesmos. Para além disto, Antebellum cai um pouco dentro das suas próprias ambições e entrega-nos de forma muito fácil a sua resolução. Mas nem tudo é mau, de facto, e Antebellum tem sempre um truque na manga para nos manter cativados, mesmo que seja por breves momentos.
Mesmo não sendo um feito histórico, Antebellum é um thriller competente e um filme que, se tivesse uma génese dramática ainda mais forte e uma atmosfera ainda mais intensa, conseguiria subir ainda mais na escala.
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Título: A Escolhida
Título Original: Antebellum
Realização: Gerard Bush & Christopher Renz
Elenco: Janelle Monáe, Jena Malone, Eric Lange, Tongayi Chirisa, Jack Huston, Kiersey Clemons, Gabourey Sidibe.
Duração: 105 min.
Trailer | Antebellum
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