VAI CONTER SPOILERS TANTO DE ARROW COMO DE LEGENDS OF TOMORROW!!!
Como já se torna numa espécie de rotina, a The CW costuma encerrar um ano com um crossover entre as várias propriedades da DC. Com Crisis on Infinite Earths, o canal decidiu dividir o evento em duas partes, com a primeira a decorrer perto do final de 2019 e a segunda – e final – a tomar lugar no início deste ano. Alas, depois de Supergirl, Batwoman e The Flash, agora cabe a Arrow e Legends of Tomorrow encerrarem este crossover e arrancar com a nova fase da Arrowverse. E visto que ambos os episódios saíram no mesmo dia, fazia sentido fazer a crítica conjunta dos dois episódios.
Esta segunda parte arranca alguns meses depois do cliffhanger do ano passado, em que o Anti-Monitor (LaMonica Garrett) conseguiu aniquilar com todo o Multiverso. Enquanto alguns dos heróis fazem o luto pelos seus que perderam, outros tentam encontrar uma maneira de escaparem do Vanishing Point. Felizmente para eles, Oliver (Stephen Amell) regressa como Spectre e traz consigo um plano tão ambicioso, que promete alterar o Universo tal como o conhecemos.

Arrow
Numa vista geral, é difícil colocar a porção de Arrow num pedestal. E tenho algumas razões de queixa nesta porção.
Tirar a vida de Oliver Queen tão cedo no crossover, a meu ver, foi uma surpresa inesperada, surpresa essa que foi completamente desperdiçada assim que, no desenrolar do crossover, algumas personagens tentaram trazer o herói de volta à vida. Dito isto, esta sua transição para, literalmente, something new, justifica este trajeto enervante ao dando-nos uma versão diferente do Spectre (uma espécie de Ghost Rider da DC e uma peça fulcral na banda desenhada em que o crossover se baseia), mas não menos agradável.
No entanto, isto também nos aponta para a segunda morte de Oliver Queen, desta feita com um maior impacto, especialmente na sua eventual despedida da série (pelo menos, para já), especialmente com a despedida sentida com Barry (Grant Gustin) e Sara (Caity Lotz), duas personagens bem próximas dele.

Mas não é apenas a presença de Oliver Queen que ajuda a cimentar o episódio. A maior parte disso reside num dos subplots desta porção, em que Barry tem de vaguear pela Speed Force em busca dos seus aliados espalhados entre as várias memórias de Oliver com outros membros das séries. Claro que tenho um certo bias sobre esta narrativa em partilhar (e muito se deve graças ao cameo surpresa de Ezra Miller como Barry Allen (!!!)
Infelizmente, nem tudo no episódio funciona às mil maravilhas. Por exemplo, enquanto vemos Barry a percorrer a Speed Force, Kara (Melissa Benoist), Lex (Jon Cryer) e Ryan (Osric Chau) viajam no tempo para impedir Mar Novu de desencadear toda a série de eventos que levaram a esta Crisis. Ainda que deu para vermos Cryer a fazer novamente das suas e dar um pouco mais de oportunidade de Chau de mostrar um pouco mais do seu Ryan Choi, no geral, esta narrativa revelou-se completamente inútil no grande esquema das coisas. Também não ajuda que o combate final consistiu em Oliver vs. Anti-Monitor, com os restantes heróis a fazerem frente a hordas de Shadow Demons. Simplesmente deixa bastante a desejar. Mas nada disso importa, mas sim o resultado final (afinal, tinha de haver uma maneira de justificar a recente renovação em massa da maioria das séries da The CW, não é verdade?)

Legends of Tomorrow
Mas se Arrow serviu como um final, a porção de Legends of Tomorrow serviu como uma espécie de pseudo-epílogo, uma espécie de resultado de todos os sacrifícios demonstrados neste crossover.
De uma certa forma, tudo acabou “bem”, coma Terra intacta e sem memórias dos vários acontecimentos. Todos, exceto os Paragons, que mantiveram as memórias das suas experiências e estranham o facto de estarem na mesma Terra. E é aqui que entra o grande trunfo deste Crisis on Infinite Earths: não só nos deu uma aventura e pêras, mas serviu de uma maneira de a The CW unir todas as propriedades sob a mesma bandeira. Sim, Supergirl e Black Lightning pertencem agora à Arrowverse! Ou será que poderemos dizer que é uma Primeverse? É também bom vermos o episódio a reconhecer outras propriedades como Universos Paralelos, sejam eles os filmes ou as séries que podemos encontrar na DC Universe
Mas é claro, isto é Legends of Tomorrow, portanto, embora tenha o seu lado mais emocional como rescaldo dos eventos decorridos (e que culmina numa batalha final “como deve ser”), também não descura do seu humor característico. Por isso, pode não ter sido o final ideal, mas é certamente bombástico a seu favor. Resta ver agora o que nos reservam as outras séries daqui para a frente.
Podem ler as nossas críticas anteriores da Crisis on Infinite Earths aqui, aqui e aqui. Podem ainda ler os nossos Frame By Frame anteriores de Arrow e Legends of Tomorrow aqui e aqui.
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Os episódios de Arrow e Legends of Tomorrow encerram Crisis on Infinite Earths com chave de ouro e de olho para um futuro curioso, ainda que possua algumas limitações.
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Arrow - 8x08 - Crisis on Infinite Earths: Part 4
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Legends of Tomorrow - 5x01 - Crisis on Infinite Earths: Part 5
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VAI CONTER SPOILERS TANTO DE ARROW COMO DE LEGENDS OF TOMORROW!!!
Como já se torna numa espécie de rotina, a The CW costuma encerrar um ano com um crossover entre as várias propriedades da DC. Com Crisis on Infinite Earths, o canal decidiu dividir o evento em duas partes, com a primeira a decorrer perto do final de 2019 e a segunda – e final – a tomar lugar no início deste ano. Alas, depois de Supergirl, Batwoman e The Flash, agora cabe a Arrow e Legends of Tomorrow encerrarem este crossover e arrancar com a nova fase da Arrowverse. E visto que ambos os episódios saíram no mesmo dia, fazia sentido fazer a crítica conjunta dos dois episódios.
Esta segunda parte arranca alguns meses depois do cliffhanger do ano passado, em que o Anti-Monitor (LaMonica Garrett) conseguiu aniquilar com todo o Multiverso. Enquanto alguns dos heróis fazem o luto pelos seus que perderam, outros tentam encontrar uma maneira de escaparem do Vanishing Point. Felizmente para eles, Oliver (Stephen Amell) regressa como Spectre e traz consigo um plano tão ambicioso, que promete alterar o Universo tal como o conhecemos.
Arrow
Numa vista geral, é difícil colocar a porção de Arrow num pedestal. E tenho algumas razões de queixa nesta porção.
Tirar a vida de Oliver Queen tão cedo no crossover, a meu ver, foi uma surpresa inesperada, surpresa essa que foi completamente desperdiçada assim que, no desenrolar do crossover, algumas personagens tentaram trazer o herói de volta à vida. Dito isto, esta sua transição para, literalmente, something new, justifica este trajeto enervante ao dando-nos uma versão diferente do Spectre (uma espécie de Ghost Rider da DC e uma peça fulcral na banda desenhada em que o crossover se baseia), mas não menos agradável.
No entanto, isto também nos aponta para a segunda morte de Oliver Queen, desta feita com um maior impacto, especialmente na sua eventual despedida da série (pelo menos, para já), especialmente com a despedida sentida com Barry (Grant Gustin) e Sara (Caity Lotz), duas personagens bem próximas dele.
Mas não é apenas a presença de Oliver Queen que ajuda a cimentar o episódio. A maior parte disso reside num dos subplots desta porção, em que Barry tem de vaguear pela Speed Force em busca dos seus aliados espalhados entre as várias memórias de Oliver com outros membros das séries. Claro que tenho um certo bias sobre esta narrativa em partilhar (e muito se deve graças ao cameo surpresa de Ezra Miller como Barry Allen (!!!)
Infelizmente, nem tudo no episódio funciona às mil maravilhas. Por exemplo, enquanto vemos Barry a percorrer a Speed Force, Kara (Melissa Benoist), Lex (Jon Cryer) e Ryan (Osric Chau) viajam no tempo para impedir Mar Novu de desencadear toda a série de eventos que levaram a esta Crisis. Ainda que deu para vermos Cryer a fazer novamente das suas e dar um pouco mais de oportunidade de Chau de mostrar um pouco mais do seu Ryan Choi, no geral, esta narrativa revelou-se completamente inútil no grande esquema das coisas. Também não ajuda que o combate final consistiu em Oliver vs. Anti-Monitor, com os restantes heróis a fazerem frente a hordas de Shadow Demons. Simplesmente deixa bastante a desejar. Mas nada disso importa, mas sim o resultado final (afinal, tinha de haver uma maneira de justificar a recente renovação em massa da maioria das séries da The CW, não é verdade?)
Legends of Tomorrow
Mas se Arrow serviu como um final, a porção de Legends of Tomorrow serviu como uma espécie de pseudo-epílogo, uma espécie de resultado de todos os sacrifícios demonstrados neste crossover.
De uma certa forma, tudo acabou “bem”, coma Terra intacta e sem memórias dos vários acontecimentos. Todos, exceto os Paragons, que mantiveram as memórias das suas experiências e estranham o facto de estarem na mesma Terra. E é aqui que entra o grande trunfo deste Crisis on Infinite Earths: não só nos deu uma aventura e pêras, mas serviu de uma maneira de a The CW unir todas as propriedades sob a mesma bandeira. Sim, Supergirl e Black Lightning pertencem agora à Arrowverse! Ou será que poderemos dizer que é uma Primeverse? É também bom vermos o episódio a reconhecer outras propriedades como Universos Paralelos, sejam eles os filmes ou as séries que podemos encontrar na DC Universe
Mas é claro, isto é Legends of Tomorrow, portanto, embora tenha o seu lado mais emocional como rescaldo dos eventos decorridos (e que culmina numa batalha final “como deve ser”), também não descura do seu humor característico. Por isso, pode não ter sido o final ideal, mas é certamente bombástico a seu favor. Resta ver agora o que nos reservam as outras séries daqui para a frente.
Podem ler as nossas críticas anteriores da Crisis on Infinite Earths aqui, aqui e aqui. Podem ainda ler os nossos Frame By Frame anteriores de Arrow e Legends of Tomorrow aqui e aqui.
0 84 100 1Os episódios de Arrow e Legends of Tomorrow encerram Crisis on Infinite Earths com chave de ouro e de olho para um futuro curioso, ainda que possua algumas limitações.
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